segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cinza



Cinza

Desumana rosa que é uma planta
Desabrochada como o meu antigo amor
Seca como terminou a relação
Esquecida como anda meu coração
Rosa de tantas pétalas pequenas
Cinza como o campo cheio de fuligem
Desmanchando-se em lágrimas dos meus olhos
Secando como o rio em época de seca
Despedindo-se do mundo como seu corpo fálico
Presa em um caixão de vidro
Aguada com o veneno da morte
Florescendo em dor agonizante
Indo rápida como a última batida de um coração
De encontro ao solo, de encontro ao chão.
Encontrou a morte e a minha mão
Encontramos juntos o mesmo caixão
E damos adeus ao mundo que nos esqueceu
No breve segundo em que se fecha
Aquela tampa sem vidro, sem alma, sem coração.
Adeus mundo, bem vindo ao caixão.

Rodrigo Barbosa
30/11/2009

Um comentário:

Déia disse...

Que isso Rodrigo??
Muiiito bom!