quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Criador


O Criador

Não sou dono do meu destino
Nem da vida de ninguém
Não pertenço ao mundo de onde vim
Nem a qualquer lugar que conheci
Lembro vagamente dos vales que vivi
Das montanhas as quais tive de subir
Das vezes que voei sem do solo sair
Os desertos que enfrentei sem suar
As geleiras que fui desbravar
Tantos castelos que conquistei
Tantos reis quantos pude olhar
Vi a fúria e amor nesses olhares
Sobrevivi a tantos milhares
Milhões de anos de vida a passar
Vi as invenções serem criadas
O primeiro homem sonhar
A maçã ser culpada por tudo de mal que há
Vi um mundo que muda cada dia
Vi o que ninguém mais viu
Falei com quem poucos falaram
Mas a quem tantos ouviram
Fiz um segundo parecer um milhão
Uma eternidade de horas pra passar
Sou o dono do tempo e de tudo que há
Tudo que foi feito e destruído
Tudo que foi imaginado e esquecido
Dos sonhos e da morte
Da coragem e dos temores
Daquilo que eu crio
Daqueles que me fazem chorar.

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